ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 05-01-2004.

 


Aos cinco dias do mês de janeiro de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e trinta minutos, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Margarete Moraes, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano, Wilton Araújo e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, João Bosco Vaz e Nereu D'Avila. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e instalada a Décima Sessão Legislativa Extraordinária. Ainda, registrou as presenças do Senhor João Verle, Prefeito Municipal de Porto Alegre, e do Deputado Estadual Luiz Fernando Záchia, convidando Suas Excelências a integrarem a Mesa dos trabalhos. Ainda registrou as presenças da Deputada Federal Maria do Rosário; de Dom Dadeus Grings, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre; dos Senhores Oscar Miguel Demaria Ferrari, Cônsul-Geral do Uruguai; Mário Donádio, Prefeito-Mirim de Morano Calabro, Itália, Cidade-Irmã de Porto Alegre; Eduardo Ernesto Fernandez Besada, Cônsul-Geral Adjunto da Argentina; Orlando Ortega, Cônsul Honorário da Colômbia; do Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; do Coronel Carlos Vicenti Bernardoni Gonçalves, representante da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança; Roque Jacoby, Secretário de Estado da Cultura; José Antônio Leão de Medeiros, Presidente do Diretório Metropolitano do PTB; Iara Lopes, Presidenta do PTB Mulher do Rio Grande do Sul; Tânia Coelho, Presidenta do PTB Mulher de Porto Alegre; Jane Kühn, Presidenta da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Estado do Rio Grande do Sul – FASE; Marlene Welchoreki, Presidenta da Fundação de Proteção Especial do Estado do Rio Grande do Sul – FPE; Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; do Deputado Estadual Raul Pont; dos Deputados Estaduais Luis Fernando Schmidt e Estilac Xavier; Alceu Marconatto, Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre - SINDILOJAS; Ênio Roberto Reis, Presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre - ATP; Renato Malcon, Presidente da Fundação Bienal de Artes Visuais do MERCOSUL; Maria de Lourdes Oliveira, da Associação das Promotoras Legais Populares; Elaine Soares, Presidenta do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher; Virgínia Feix, Coordenadora-Executiva da Themis – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero; David Stival e Waldir Bohn Gass, Presidentes, respectivamente, do Diretório Estadual e do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores; Igor Lencina, Presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre - UMESPA; Jackson Raimundo, Presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas - UBES; Isaura Maria Silva, representante da Rede de Mulheres do Rádio e do Grupo Ilê Mulher; Delmar Joel Eich, Superintendente Estadual do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS; Clovis Ilgenfritz da Silva, ex-Vereador de Porto Alegre; Paulo Ferreira, representante do Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores; João Motta, Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição; Francisco Riopardense de Macedo, historiador; Rogério Favreto, Procurador-Geral do Município; Venina Freitas, representante do Diretório Municipal do Partido Comunista do Brasil; Ramaiz de Castro, Presidente do Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; Maurício Santos e Hélio Garcia, Presidentes, respectivamente, das Escolas de Samba Imperatriz Dona Leopoldina e Estado Maior da Restinga; Otávio Frota Júnior, Rei Momo do Carnaval de Porto Alegre; Clara Denise e Karina Picoli, representantes da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Governo Federal. Em TEMPO DE PRESIDENTE, o Vereador João Antonio Dib agradeceu o apoio recebido dos Vereadores e servidores da Casa para a realização de suas funções como Presidente deste Legislativo, declarando ter se espelhado nos exemplos de José Loureiro da Silva e José Aloísio da Silva, respectivamente, ex-Prefeito e ex-Vereador de Porto Alegre. Finalizando, entregou documento de renúncia ao cargo de Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em continuidade, o Vereador Elói Guimarães, na Presidência dos trabalhos, concedeu a palavra à Vereadora Maria Celeste, que procedeu à entrega de documento de renúncia ao cargo de 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre, saudando a indicação do nome da Vereadora Margarete Moraes como candidata ao cargo de Presidenta da Casa e destacando que esta indicação possui um caráter histórico, pois viabiliza, pela primeira vez, a assunção de uma mulher nesse cargo. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Sérgio Mamberti, representante do Ministério da Cultura, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valdir Caetano saudou o Vereador João Antonio Dib, elogiando a atuação de Sua Excelência na direção dos trabalhos desta Casa. Também, parabenizou a Vereadora Margarete Moraes por sua indicação para o cargo de Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, manifestando votos de que, durante o corrente ano, Sua Excelência realize um trabalho benéfico e de valorização do Poder Legislativo. O Vereador Wilton Araújo, referindo-se aos pronunciamentos efetuadas pelos Senhores Vereadores na presente Sessão, afirmou que o acordo partidário que resultou na indicação do nome da Vereadora Margarete Moraes ao cargo de Presidenta da Casa possui uma conotação política e não apenas administrativa. Ainda, apoiou o nome da Vereadora Clênia Maranhão como indicação do PPS, PDT, PFL, PMDB e PSDB ao cargo de Presidenta deste Legislativo. O Vereador Isaac Ainhorn declarou que o PDT reconhece a legitimidade da candidatura da Vereadora Margarete Moraes à Presidência da Casa, questionando, no entanto, a aliança para consolidação dessa candidatura formada entre o PT, PP, PCdoB, PL, PSB e PTB. Nesse sentido, anunciou o apoio de seu Partido à candidatura da Vereadora Clênia Maranhão ao cargo de Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador Cláudio Sebenelo contestou posições assumidas por Vereadores deste Legislativo, de que acordos partidários para a eleição da Mesa Diretora seriam meramente administrativos, não possuindo conotação política ou ideológica. Ainda, analisou a importância da pluralidade na direção dos Poderes Públicos Municipais, apoiando a candidatura da Vereadora Clênia Maranhão à Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador Marcelo Danéris, declarando que a capacidade de construir uma administração plural na Câmara Municipal de Porto Alegre demonstra maturidade política e reflete o desejo da população da Cidade, saudou a indicação do nome da Vereadora Margarete Moraes para ocupar a Presidência deste Legislativo, salientando que pela primeira vez será indicado o nome de uma mulher para assumir esse cargo. O Vereador Raul Carrion parabenizou o Vereador João Antonio Dib pelo trabalho realizado na Presidência deste Legislativo durante o ano de dois mil e três, destacando ser Sua Excelência um político de visão ideológica firme, porém voltada à busca do entendimento e do melhor para a Cidade. Ainda, comentou o acordo firmado entre Partidos da Casa para lançamento da candidatura da Vereadora Margarete Moraes ao cargo de Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador Sebastião Melo, elogiando a atuação do Vereador João Antonio Dib na Presidência desta Casa durante o ano de dois mil e três, externou seu apoio à candidatura da Vereadora Clênia Maranhão ao cargo de Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre e, nesse sentido, sustentou a necessidade de que haja mudanças nas diretrizes de comando deste Legislativo e, em conseqüência, do Governo Municipal. O Vereador Cassiá Carpes explicou o posicionamento adotado pela Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro de apoio ao nome da Vereadora Margarete Moraes para a Presidência desta Casa. Ainda, criticou os Vereadores que votaram favoravelmente à instituição da contribuição para custeio da iluminação pública municipal, justificando que tal atitude contraria os interesses da população e não se constitui, verdadeiramente, em oposição ao Governo Municipal. O Vereador Beto Moesch, salientando o trabalho desenvolvido pelo Vereador João Antonio Dib na presidência deste Legislativo durante o ano de dois mil e três, teceu considerações sobre os acordos administrativos feitos nesta Casa para a alternância dos membros que compõem a Mesa Diretora e lembrou que o Partido Progressista se insere, de maneira respeitosa e democrática, entre os Partidos que fazem oposição ao Governo Municipal. O Vereador Reginaldo Pujol manifestou-se sobre a relevância do processo de votação, a ser realizado na tarde de hoje, para composição da Mesa Diretora deste Legislativo para o corrente ano, destacando o registro histórico de se ter, pela primeira vez, duas mulheres candidatas à Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre e externando seu pensamento para que se construa uma convivência democrática e clara entre os diferentes Partidos que têm assento na Casa. O Vereador Carlos Alberto Garcia analisou a disputa entre as Vereadoras Margarete Moraes e Clênia Maranhão para a Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre, enfatizando que o acordo feito entre diversas Bancadas nesta Casa, para a eleição da Mesa Diretora da atual Legislatura, foi de cunho administrativo e não ideológico, respaldado na representatividade que os Vereadores têm junto à população da Cidade. Às dezesseis horas e vinte e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente Sessão, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Ervino Besson, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Vereadores presentes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão. Esta Presidência convida o Sr. João Verle, Prefeito desta Cidade, e o Deputado Fernando Záchia, representante da Assembléia Legislativa, ex-Vereador, ex-Presidente desta Casa, para fazerem parte da Mesa.

Registro a presença das seguintes autoridades: Exma Srª Maria do Rosário, Deputada Federal, que já foi, para honra nossa, Vereadora nesta Casa; V. Exª Revma. Dom Dadeus Grings, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre; Exmos Srs. Parlamentares Federais e Estaduais; Ministro Oscar Miguel Demaria Ferrari, ilustre Cônsul-Geral do Uruguai; Exmo. Sr. Eduardo Ernesto Fernandez Besada, Cônsul-Geral Adjunto da Argentina; Exmo. Sr. Orlando Ortega, Cônsul Honorário da Colômbia; Srs. Secretários Estaduais e Municipais; Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; Coronel Carlos Vicenti Bernardoni Gonçalves, representante da Secretaria de Justiça e Segurança, Comandante-Geral da Brigada Militar em exercício; Exmo. Sr. Prefeito-mirim de Morano Calabro, Itália, a cidade-irmã de Porto Alegre, Sr. Mário Donádio - a família Donádio é uma família bastante conhecida em Porto Alegre; Srs. Vereadores, Srs. Presidentes e dirigentes de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais, Srs. Presidentes e representantes de entidades de classe; lideranças políticas e partidárias; demais autoridades presentes; senhores da imprensa; senhoras e senhores.

Esta Sessão, hoje, destina-se a receber a renúncia do Presidente da Câmara Municipal e da Verª Maria Celeste, 1ª Secretária, e a eleição, logo após, dos dois cargos. Solicito que o Ver. Elói Guimarães, 1º Vice-Presidente da Casa, assuma a Presidência para que eu possa fazer o meu pronunciamento.

 

(O Ver. Elói Guimarães assume a Presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Assumo a Presidência dos trabalhos e, de pronto, concedo a palavra ao eminente Presidente da Casa, Ver. João Antonio Dib, para uma comunicação de Presidente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu sou um homem absolutamente simples. Jamais fui seduzido por nenhuma das funções que exerci ao longo de uma vida pública da qual eu me orgulho. Eu penso e tenho certeza de que as posições são transitórias, ao mesmo tempo em que eu tenho absoluta convicção de que a coerência, a verdade, a honra e a dignidade, estas, sim, devem ser permanentes.

Eu poderia, ao me despedir, fazer um discurso com uma só frase. Eu poderia dizer que, ao assumir a Presidência desta Casa, prometi servir. E completaria: servi, saúde e paz! Teria sido um belo discurso e talvez agradado mais, porque quanto mais breve o discurso mais ele pode ser agradável. Mas eu seria muito injusto se fizesse isso.

Injusto com os servidores desta Casa, porque sozinho eu não poderia, sem dúvida nenhuma, ter servido. Os servidores desta Casa, todos, sem nenhuma exceção, ajudaram-me e ajudaram muito. Eu seria injusto com a Mesa Diretora, que me apoiou em todos os momentos, se eu não dissesse que foi importante o seu auxílio. Eu seria injusto com o Colégio de Líderes, que, em sua maioria, pelo menos, sempre esteve ao meu lado, sempre buscou, junto comigo, soluções.

Eu seria injusto com a 1ª Secretaria da Casa, Verª Maria Celeste, que, com muita paciência e competência - repito, com muita paciência e competência -, acompanhou, permanentemente, os trabalhos da Presidência. Muitas vezes, eu quis reagir, e ela disse: “Calma.” E ela é tão calma que transmitiu para o Vereador-Presidente a calma necessária que, às vezes, era importante que acontecesse. Eu seria injusto se eu não dissesse que o meu Líder, Pedro Américo Leal, me ajudou muito. Então, eu não poderia fazer um discurso de uma só frase.

Eu seria injusto com a imprensa, se não falasse das vezes em que me apoiaram e das vezes em que criticaram algumas medidas, porque tudo é razão para que se aprenda, é razão para que se corrija o caminho. E a imprensa ajudou, e ajudou muito. Eu seria injusto com os meus eleitores, se não dissesse a eles “Obrigado por terem confiado em mim”; se não transmitisse a eles a certeza de que eu dei o melhor de mim para acertar.

Eu seria injusto com a Verª Margarete Moraes, que deve assumir a Presidência da Casa, se não falasse da responsabilidade com que ela sempre tratou a coisa pública nas duas vezes em que foi Secretária do Município, em duas Administrações, e de como mostrou competência, mostrou seriedade, mostrou o desejo de bem servir. E isso é importante, Vereadora; então, eu seria injusto com V. Exª, se ficasse num discurso de apenas uma frase.

Eu seria injusto comigo mesmo se dissesse, naquela única frase: “Servi, saúde e paz”! Eu seria injusto comigo mesmo, porque não foi fácil a caminhada. Alguns obstáculos me foram antepostos, e eu tinha de vencê-los. Uns me ajudaram; outros, não. Ouvi, tranqüilamente, durante todo o ano que passou, algumas acusações que não tinham o menor sentido, mas ouvi com a serenidade, com a responsabilidade de quem sabia o que estava fazendo. Eu ouvi dizerem que eu estava dando ao PT, Partido dos Trabalhadores, a Presidência no ano de 2004 - ano da eleição. Mas, curiosamente - é por isso que não posso ser injusto comigo mesmo -, os que afirmaram isso, no ano de 2000, não hesitaram em entregar a Casa à Frente Popular: quatro dos cargos da Mesa, incluindo o de Presidente, foram entregues à Frente Popular. Aí, não fazia mal; agora, quando era o João Dib que fazia, a coisa estava equivocada. (Palmas.)

E eu não podia ser injusto comigo mesmo, não. Eu precisava trazer ao conhecimento do público que nós fizemos um acordo administrativo e nós honramos o acordo que nós fizemos. Há seis Partidos na Mesa; nós não mudamos. Ao longo do ano em que fui Presidente, várias vezes vim a esta tribuna e fui contundente nas minhas críticas à administração do Prefeito João Verle. Mas não fiz nenhuma acusação, nenhuma ilação que não fosse alicerçada em números. Todas as dúvidas que eu coloquei aqui foram colocadas com números, com dados fornecidos pela própria Prefeitura. Então, eu não poderia ser injusto comigo e não falar, neste momento, sobre tudo aquilo que suportei com estoicismo, porque acima de mim, acima dos outros 32 Vereadores estava a Casa do Povo de Porto Alegre, que deveria ser preservada. (Palmas.)

Mas, na vida, tudo são momentos. Momentos do passado, onde nós aprendemos, e aprendemos muito se soubermos observar. Quando assumi a Presidência da Casa, eu dizia que procuraria colocar todas as minhas atenções nos serviços da Casa, mas que procuraria me lembrar daquele que foi o grande Vereador desta Casa, que foi José Aloísio Filho, Presidente da Casa por dez anos e com quem eu muito aprendi. Eu disse que colocaria, nas minhas ações, tudo aquilo que aprendi com aquele que foi o maior Prefeito desta Cidade, o Prefeito José Loureiro da Silva, e fiz isso.

O momento seguinte é o presente, hoje é um dia de festa, sem dúvida nenhuma é uma festa profundamente democrática, em que uma pluralidade de Partidos comanda a Casa do Povo de Porto Alegre, e nós fazemos uma festa.

Mas há um terceiro momento, é o momento do sonho, e isso hoje me dá a tranqüilidade de sonhar com uma Casa do Povo de Porto Alegre dirigida por uma Mesa competente, séria, honrada e acompanhada por mais 27 Vereadores, já que a Mesa tem seis, são 27 Vereadores dando de si o melhor para que esta Casa seja cada vez mais engrandecida. Essa é a preocupação que moveu este Vereador, não só neste ano em que foi Presidente, mas em todo o tempo em que é Vereador nesta Casa.

Portanto, neste momento, eu estou renunciando, como também renuncia a 1ª Secretária, a Verª Maria Celeste, para quem reitero os meus agradecimentos, porque facilitou muito o meu trabalho. Eu tenho o orgulho de dizer, Verª Maria Celeste, que nunca, na história da Casa do Povo de Porto Alegre, um Presidente, com a sua Secretária ao lado, presidiu todas as Sessões, do começo ao fim. Nunca aconteceu isso. E eu não mudei, nenhuma posição me faz mudar, eu dizia no início que, quando eu sentava ali, onde vou sentar agora, eu era um dos primeiros a chegar e o último a sair. Na Mesa, eu era o primeiro a chegar e, em seguida, chegava a minha Secretária, a Verª Maria Celeste, e nós presidimos 108 Sessões; só não presidi quando respondi pela Prefeitura, na ausência eventual do Prefeito João Verle.

Portanto, Vereadores que assumem, os meus cumprimentos, os meus votos de pleno sucesso e a minha afirmação de que estarei sempre à disposição. E ao Prefeito João Verle eu desejo sucesso também, porque o seu sucesso é o sucesso de Porto Alegre, e iludem-se os que pensam o contrário.

Sucesso para a Casa do Povo e sucesso para o Executivo. Saúde e paz para todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ocupo este espaço apenas por uma questão regimental e não poderia deixar de fazer aqui um pronunciamento rápido sobre o trabalho que tivemos neste ano legislativo, nesta Casa; um trabalho que foi concebido e concedido pela minha Bancada, uma indicação do Partido dos Trabalhadores para ocupar a 1ª Secretaria na Câmara Municipal.

Quero fazer um agradecimento especial ao Presidente, Ver. João Antonio Dib, pela parceria que fizemos na condução de todos os trabalhos, não só no plenário, como já foi dito aqui, mas na condução de todos os trabalhos da Mesa Diretora desta Casa, de todo o envolvimento que tivemos neste ano, levando à frente um acordo administrativo, graças à iniciativa do Partido dos Trabalhadores. Quero fazer este reconhecimento ao nosso Líder, Ver. Marcelo Danéris, que, no final do ano passado, conseguiu, juntamente a Bancada do Partido dos Trabalhadores, com a Bancada do PP, com a Bancada do PTB, estabelecer, nesta Casa, um acordo administrativo que possibilitasse o trabalho efetivo, nos anos de 2003 e 2004, na Câmara Municipal. Por isso, o que estamos fazendo, hoje, nada mais é do que cumprir um acordo realizado no final do ano passado, no qual o PP assumia a Presidência, e o PT, a 1ª Secretaria. Por isso, Ver. João Antonio Dib, hoje nós renunciamos; os demais colegas Vereadores se mantêm nos seus cargos na Mesa, porque estamos aqui cumprindo o nosso acordo. E, por conta desse acordo a Presidência da Casa, em 2004, é do Partido dos Trabalhadores, e, com muita honra, é a Verª Margarete Moraes a indicação do Partido, a indicação de uma mulher.

E esta Casa, já sem tempo, nos 230 anos da sua fundação, está disponibilizando à Cidade de Porto Alegre um grande exemplo, trazendo para Presidência desta Casa uma mulher. E nada mais justo, nada mais certo que o Partido dos Trabalhadores o faça, uma vez que, na eleição para Vereador, dos dez Vereadores eleitos, cinco são mulheres. Quero fazer uma referência à Verª Maristela Maffei, à nossa Secretária Sofia Cavedon, que está aqui, à nossa Secretária Helena Bonumá, às Vereadoras que compõem a Bancada, além de mim, Maria Celeste, e da Verª Margarete Moraes. Cinco indicações. Isso já é um símbolo, já é um sinal, quando, numa eleição, o Partido dos Trabalhadores, na sua Bancada de dez Vereadores, elege cinco mulheres. Nós tínhamos, então, que também colocar isso à disposição da Cidade, indicar uma mulher, a primeira nos 230 anos, para ser a Presidenta desta Câmara Municipal; que virá, com certeza, com um novo olhar, um olhar feminino e feminista necessário para administração desta Casa. Isso muito nos honra, muito nos orgulha.

Por tudo isso eu quero, aqui, neste momento, colocar à disposição da Casa a renúncia ao meu cargo, lendo aqui, protocolarmente, o Ofício que indico à Mesa Diretora (Lê.): "A Vereadora que este subscreve comunica a Vossa Excelência sua renúncia do cargo de 1ª Secretária da Mesa Diretora.” Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Também compondo a Mesa está o ator Sérgio Mamberti, representante do Ministério da Cultura. (Palmas.)

De viva voz, o então Presidente da Casa e a 1ª Secretária da Casa requereram renúncia, ademais, em mãos da Presidência, os dois formulários subscritados pelos referidos Vereadores, formalizando suas renúncias. Quero, aqui, cumprimentar a ambos os Vereadores, Ver. João Antonio Dib e Verª Maria Celeste, pelo desempenho e pela luta que empreenderam na Direção da Casa do Povo de Porto Alegre.

O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Elói Guimarães; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Dia 5 de janeiro de 2004, data em que a nossa querida Porto Alegre, mais uma vez, faz a transição de Presidência da Câmara Municipal.

Que o Presidente que desocupa o cargo da Presidência, Ver. João Antonio Dib, possa continuar fazendo o seu trabalho como Vereador desta Casa da forma como sempre fez: exemplar.

Não poderia deixar de desejar, em meu nome e em nome do Partido Liberal, que Deus abençoe a Verª Margarete Moraes, agora Presidente, para que possa fazer um trabalho que venha edificar, ainda mais, esta Casa, porque quem ganha com isso é o povo de Porto Alegre, é a Capital do Rio Grande do Sul.

Quero dizer a Verª Margarete Moraes, nossa Presidente, que, no que depender de nós, pode contar com o Partido Liberal, pois queremos contribuir para que o trabalho da Câmara Municipal de Porto Alegre, juntamente com a nossa Prefeitura e com aqueles que têm boa vontade, resulte, no final de 2004, numa Capital ainda melhor. Muito obrigado e que Deus abençoe a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; autoridades, Sr. Prefeito João Verle; autoridades já citadas e nominadas, querido amigo Deputado Záchia, autoridades culturais, eclesiásticas, militares, é uma grande festa na Casa do Povo de Porto Alegre, a festa da democracia. A democracia deve ser exercida a cada momento, a cada minuto, a cada segundo. Esta Casa tem muitas experiências e tem, certamente, colocado Porto Alegre à frente, por ser pioneira em muitos assuntos.

Eu vejo aqui, hoje, um acordo em que o Ver. João Dib renuncia, em que a Verª Maria Celeste renuncia, dizendo que estão cumprindo um acordo administrativo. Mas, para todos os senhores e senhoras que estão aqui hoje, que vieram ver a festa da democracia, é necessário que se diga que acordo entre políticos, numa Casa política, é acordo político, sim, senhores! A honra da palavra política é, acima de tudo, a manutenção da coerência política, da coerência do acordo que nós fizemos com o povo de Porto Alegre no momento em que nos elegeu. Esse povo de Porto Alegre elegeu o Prefeito da Cidade, elegeu o Vice-Prefeito e elegeu a maioria oposicionista nesta Casa.

Em coerência com o povo de Porto Alegre, em sintonia, sim, com o acordo que nós fizemos com o povo de Porto Alegre, a oposição está aqui, sim, apesar de a mídia publicitária, disponível para quem tem o poder, dar como fato consumado que, só por um simples acordo administrativo, passava-se o condão da Câmara, o cargo maior da Cidade para o Partido dos Trabalhadores. Não é a realidade! Nós do PPS, do PDT, do PFL, do PSDB, do PMDB temos visão diferente disso. Nós achamos, sim, que a Cidade deve honrar o acordo com os seus votos, e esses votos querem que a oposição tenha aqui a sua maioria, tenha aqui a sua candidata. E a nossa candidata é a Verª Clênia Maranhão. Vereadora que tem história nesta Casa, Vereadora que tem muito tempo de Casa, presidiu Comissões, já foi da Mesa; tem experiência no Parlamento. Uma mulher, sim, será a Presidenta da Casa.

Mas nós temos a nossa visão política de como deve ser administrada a Casa para a boa condução deste Poder. Poder que deve ter equilíbrio. A Cidade deve-se manter em equilíbrio. Se lá foi eleito o Prefeito Tarso, onde está o Prefeito Tarso? Onde está o Prefeito Tarso? Que acordo foi esse feito com os votos de Porto Alegre? Sem desdouro ao Prefeito Verle, que se vem havendo muito bem, mas politicamente os acordos são com o povo. E nós queremos honrar esses acordos, nós queremos dizer que, embora a presença - e é sempre bem-vinda - de todos os senhores e senhoras aqui nesta Casa, a discussão política se fará e se fará muito bem na presença de todos. É uma honra para a Casa poder recebê-los e dizer de viva voz, alto e bom som, que hoje, preparada a grande festa, não sei se da maioria desta Casa, mas tenho certeza de que na Sessão seguinte, quando a maioria oposicionista estará em torno do nome da Verª Clênia Maranhão, certamente poderá, sim, o povo de Porto Alegre sentir-se aliviado, ao invés de ver esta grande festa que está aí armada - não sei se para festejar, não sei se para lançar candidaturas da Frente Popular. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, reconhecemos a legitimidade da candidatura formulada pelo Partido dos Trabalhadores, sobretudo num momento como este em que uma mulher é indicada. Como oposição ao Partido dos Trabalhadores, ao Governo Municipal, notadamente no momento da conjuntura política em que vivemos em Porto Alegre, o PDT como oposição, o PDT não conseguiu compreender e assimilar uma aliança que retira a possibilidade de os Partidos de oposição exercerem o Poder Legislativo da Cidade de Porto Alegre. Porque a política se faz com a ocupação dos espaços. E aqui bem formulou o Ver. Wilton Araújo, da Bancada do PPS, o quadro de que a população, no ano de 2000, quando elegeu um Prefeito e um Vice-Prefeito do Partido dos Trabalhadores, ao mesmo tempo, elegeu uma maioria, em nome de um discurso de oposição, de 21 Vereadores de oposição aqui nesta Casa, nas mais diversas Bancadas.

Reconhecemos a existência, e são legítimos também, numa sociedade plural e democrática, dos acordos partidários, mas nós não podemos compreender, nós não podemos assimilar que, num equilíbrio de correlação de forças, de reconhecimento da vontade popular da Cidade de Porto Alegre, que elegeu o Chefe do Executivo do PT e conferiu uma ampla maioria de Vereadores de oposição, nós, neste momento, vamos entregar o conjunto do comando da Cidade ao Partido que ocupa a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Por esta razão, nós estamos aqui, e o PDT, com a maior Bancada de oposição desta Casa, vota na candidatura da Verª Clênia Maranhão. E também, para nossa tristeza, não podemos acompanhar o voto no candidato da 1ª Secretaria, embora tenha uma história e raízes na oposição. Os Vereadores da oposição...e mais um detalhe para compreensão: nós tivemos os nossos computadores, aqui nesta Casa, congestionados de cobrança da vontade popular da Cidade de Porto Alegre, dizendo que a oposição não poderia perder espaço. Respeitamos, sim, as pessoas que querem cumprir com a sua palavra, mas é tão importante cumprir com sua palavra, que mais importante era o cumprimento dos acordos pretéritos existentes nesta Casa.

Portanto, fica em tudo isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma lição para todos nós. Certamente - e compreendemos também, como homens públicos - o PP não quis fazer como fizeram anos atrás com o PDS, quando lhe tiraram a escada e não cumpriram a segunda parte de um acordo; pelo menos resta esse bom sinal desta Casa, ao lado de um questionamento em relação ao comportamento da oposição, em consonância com os votos que recebemos do mandato popular. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença do Sr. Roque Jacoby, Secretário de Estado da Cultura; do Sr. José Antonio Leão de Medeiros, Presidente do Diretório Metropolitano do PTB; da Srª Iara Lopes, Presidente do PTB Mulher do Rio Grande do Sul; da Srª Tânia Coelho, Presidente do PTB Mulher de Porto Alegre; da Srª Jane Kühn, Presidente da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Estado do Rio Grande do Sul; da Srª Marlene Welchoreki, Presidente da Fundação de Proteção Especial do Estado do Rio Grande do Sul.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ilustres visitantes, componentes de uma linda festa, Verª Margarete Moraes, Verª Clênia Maranhão, esta Casa, pela sua pluralidade, não merece individualismos; a primeira pessoa do singular, como orientação da Casa, deve ser colocada de lado em função de um valor maior do que a própria Casa. Nós aqui labutamos, diariamente, estes 32 Vereadores que bravamente trabalham aqui, que talvez tenham sido esquecidos na saudação oficial, mas que são 32 Vereadores, que colaboraram e muito com a Presidência, com a Mesa, com a Casa, que têm dignidade, que são Vereadores 24 horas por dia, não é um só que é 24, não, todos nós somos Vereadores 24 horas por dia. Podemos não ter formação estatística e matemática, mas temos bom-senso. Fomos desprezados a cada instante, também, nas nossas inteligências, nos nossos saberes, porque sabemos, por uma questão de bom-senso, que não existe acordo administrativo numa Casa política, com cargos políticos, com conseqüências políticas. Indiscutivelmente os acordos são eminentemente, visceralmente, políticos, e seria um engodo a toda população de Porto Alegre, que não merece isso, dizer-se que há acordos administrativos. Não! São cargos!

Por outro lado, nós temos visto pela Cidade, pelos e-mails, um protesto muito grande ao resultado das urnas. E este é o acordo maior feito pelos votantes nos seus Vereadores, e este é o acordo maior: de que haja Legislativo e Executivo de um só Partido. Aos poucos toma conta apenas uma opinião na Cidade, e o contraponto fica muito mais difícil, e o debate de idéias fica quase que, muitas vezes, impossível. E é isso que significa a candidatura Clênia Maranhão, a quem eu saúdo pela sua dignidade, pela sua postura, pelo seu entendimento da questão maior nessa sucessão, e, principalmente, pela bravura com que enfrenta e sabe que vai enfrentar, e sabe que vai perder, mas expõe-se. Clênia Maranhão é um exemplo para nós, porque tem programa, tem uma inteligência invejável e é também uma mulher com os mesmos compromissos de todas as mulheres, só que não é do Partido oficial.

Por isso nós hoje lamentamos profundamente o esfacelamento das Oposições em torno de um acordo que apenas serve para mostrar e se esconder atrás dele, por meio de um cumprimento da palavra, quando tem um acordo maior com a população de Porto Alegre, com os seus votantes. Aqui um número pequeno de Vereadores fez um acordo, passou para o outro lado, pulou a cerca, foi festejar com o seu adversário a chegada e a hegemonia ao poder. Mas a população de Porto Alegre sabe muito bem o que isso significa. Para nós, significa um desserviço à Cidade de Porto Alegre, desgraçadamente, falando neste tom no dia em que uma pessoa, também digna, também correta, também uma grande mulher, é guindada à Presidência histórica na Casa, o que todos os Vereadores saúdam, o que todos os Vereadores aplaudem, colocam-se à disposição da próxima Presidente, mas, quem sabe, as coisas poderiam ser exatamente iguais, se o caminho escolhido fosse um pouco diferente e um pouco mais compatível com a estética política.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registramos a presença do Dr. Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, e do Deputado Raul Pont.

O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, companheiro João Verle; a todos os convidados eu vou pedir licença para não citar os nomes exatamente para que não me falte nenhum, mas todos os convidados que hoje estão aqui; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; o público que nos acompanha aqui; todos os senhores e senhoras da imprensa, da população gaúcha que nos acompanha, principalmente de Porto Alegre.

Quero dizer, em nome do Partido dos Trabalhadores, que isto é uma festa da democracia, é uma festa que demonstra a pluralidade política que representa a Cidade de Porto Alegre. É uma festa que demonstra a maturidade, a capacidade política que tem as mulheres e os homens públicos de Porto Alegre de construir caminhos de consenso e tendo como principal referência o melhor para a nossa Cidade.

Quero dizer, Ver. Wilton Araújo, Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Cláudio Sebenelo, que nós respeitamos profundamente a posição de vocês, representando as suas Bancadas. E respeitamos profundamente a Verª Clênia Maranhão e a sua legítima candidatura também. Mas queremos dizer que, em muitos outros momentos, Ver. Wilton Araújo, nós votamos juntos, ajudamos a eleger Vereadores do PMDB, ajudamos a eleger Vereadores do PDT, ajudamos a eleger Vereadores, praticamente, de todos os Partidos desta Câmara, assim como todos os Partidos já ajudaram a eleger à Presidência Vereadores do PT. E isso é o bonito da democracia, a capacidade de se construir uma administração plural na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Isso é o que nós queremos representar. (Palmas.)

Nós sempre elegemos, o que demonstrou maturidade política da Câmara de Vereadores, Presidentes que tinham composição política da situação e da oposição. Não seria bom para a democracia se a situação tivesse maioria e só ela elegesse os Presidentes. Assim como não é bom para a democracia se a oposição tivesse maioria e só ela elegesse os Presidentes. É bom para a democracia que, em quatro anos de legislatura, situação e oposição possam administrar a Câmara, porque foi isso que o povo de Porto Alegre escolheu: a participação plural dos Partidos na Câmara de Vereadores, não apenas alguns Partidos e nem apenas um Partido, mas todos os Partidos, todos eles devem estar representados na administração política da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

O passo além que nós damos hoje é eleger, pela primeira vez, em 230 anos de história da Câmara de Vereadores de Porto Alegre e da nossa Cidade, uma mulher na Presidência da Câmara! Este é o fato histórico que deve orgulhar Porto Alegre, deve orgulhar a Câmara de Vereadores, pela capacidade de darmos o exemplo ao País, ao Estado e mostrarmos para a nossa Cidade que ela pode ter orgulho da sua Câmara de Vereadores, porque, hoje, estará elegendo a primeira mulher Presidente da Câmara de Vereadores, assim, Ver. João Antonio Dib, como te elegeu, tu - quero te falar, com esta intimidade - com 32 anos de mandato, ex-Prefeito de Porto Alegre e que, pela primeira vez, foi Presidente da Câmara, honrou a Presidência da Câmara de Porto Alegre, porque não tomou posição política de nenhum Partido, mas tomou a posição da legalidade, da justiça, da retidão na condução da Câmara de Vereadores. Essa é a diferença que o povo de Porto Alegre sabe reconhecer.

Quero, hoje, também, agradecer ao meu companheiro Carlos Pestana, que é o atual Líder do Partido dos Trabalhadores, por ter-me cedido este tempo, para que eu possa agradecer a todos, porque, ao longo desses dois últimos anos em que fui Líder de Governo, Líder de Bancada, pude construir, conjuntamente com tantas pessoas importantes, a Liderança da Bancada e do Governo nesta Câmara de Vereadores.

Quero agradecer especialmente a minha Bancada, que me ajudou muito e que foi companheira e militante; à Bancada da Frente Popular - PSB e PCdoB -; a todas as Lideranças de Partido - Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Isaac Ainhorn, Ver. João Antonio Dib, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. Elói Guimarães, Ver. Cassiá Carpes -, quando soubemos construir alternativas importantes para a Cidade de Porto Alegre, consensualizando e podendo votar projetos tão importantes.

Quero agradecer à Assessoria da Bancada do Partido dos Trabalhadores na pessoa da companheira Sandra, Coordenadora da Bancada, e a todos os companheiros da Bancada: o Evaristo, a Ana Rita, o Djalmi, o Adalberto.

Quero agradecer muito especialmente ao meu companheiro Juarez Pinheiro, que foi um companheiro de primeira hora em todos os momentos; quero agradecer ao companheiro João Verle, Prefeito de Porto Alegre: foi um orgulho ser Líder do teu Governo por dois anos.

Quero dizer que levo dois registros da Liderança do Governo nesses dois últimos anos, Ver. Dib, que eu quero guardar. Um, foi ter podido votar, durante a minha Liderança, o Projeto Entrada da Cidade, que vai construir mais de três mil casas para uma população carente de Porto Alegre; durante a minha Liderança, nós pudemos aprovar esse Projeto na Câmara de Vereadores, isso eu levo com muito carinho. E a possibilidade de eleger, também com muito carinho, o Ver. João Dib Presidente da Câmara, por ter participado dessa eleição e, agora, da eleição da minha companheira e amiga Margarete Moraes.

Quero agradecer a todos aqueles que estiveram juntos nesta luta e um abraço especial ao Partido Liberal e ao Partido Social Liberal, por estarmos construindo conjuntamente uma caminhada.

Obrigado, obrigado, Pestana, obrigado a todos do meu Partido, a todos da população de Porto Alegre que ajudaram a construir esta Liderança nos últimos dois anos. E viva a democracia e a pluralidade política! Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença do Deputado Luis Fernando Schmidt; do Deputado Estilac Xavier; do Sr. Alceu Marconato, Presidente do Sindilojas; do Sr. Ênio Roberto Reis, Presidente da ATP; do Sr. Renato Malcom, Presidente da Bienal; da Srª Maria de Lourdes Oliveira, da Associação das Promotoras Legais Populares; da Srª Elaine Soares, Presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher; da Srª Virgínia Feix, Coordenadora-Executiva da Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, queríamos, nesta fala, em nome do PCdoB, deixar o nosso abraço, a nossa homenagem ao grande trabalho feito pelo Presidente João Antonio Dib, que, neste momento, deixa a Presidência. Um homem público de primeira grandeza, de posições firmes, com visão ideológica própria, mas capaz do diálogo, do entendimento e da harmonização desta Casa, e de quem esta Casa terá saudades do seu tempo de Presidência.

Também, nossa homenagem e nossas boas-vindas à futura Presidenta, com toda certeza, Verª Margarete Moraes, uma pessoa de longa experiência administrativa, cultural nesta Cidade e que, nos meses em que acompanhamos o seu trabalho aqui, mostrou a sua potencialidade também no Parlamento.

Nossa homenagem, também, à Ver. Maria Celeste, que deixa a 1ª Secretaria, com a qual nós tivemos um trabalho profícuo. Nossas boas-vindas ao Ver. João Carlos Nedel, que, certamente, dentro do acordo estabelecido, assumirá, agora, a 1ª Secretaria.

Eu quero dizer que os Partidos que firmaram o acordo político-administrativo, porque a administração é política também...nós demos uma lição de democracia para esta Casa e para esta Cidade. O PT, o PCdoB, o PSB, o PP, o PTB, PL e o PSL, durante este ano de trabalho, mostraram que é possível, sem abrir mão de uma única posição política ou ideológica, trabalhar para o bem da Câmara Municipal de Porto Alegre e para o bem da Cidade de Porto Alegre. Foi um ano em que, tanto entre os representantes deste bloco na Mesa como os representantes da minoria, neste particular, Ver. Ervino Besson, Ver. Luiz Braz, em nenhum momento, Ver. Dib, houve qualquer desentendimento, no máximo divergências, que são normais da democracia, e que foram resolvidas democraticamente, por intermédio das reuniões de Mesa e das reuniões de Mesa e Lideranças. Para isso, certamente, a capacidade, a justeza dos seis componentes da Mesa foi algo fundamental.

Eu queria dizer que, se o espaço do Executivo é um espaço da escolha majoritária de uma única visão, o espaço do Parlamento é exatamente o espaço da pluralidade e da convivência da pluralidade. Portanto, toda e qualquer posição intolerante e intransigente, sectária, não tem espaço nos Parlamentos. Por isso as Mesas são plurais, inclusive por exigência do próprio Regimento. Por isso é da tradição política nos Parlamentos que haja rodízio na Presidência das diferentes posições políticas, porque é um espaço da pluralidade e da diferença.

Portanto, o incompreensível é que a Frente Popular, que expressa mais de um terço desta Casa, fosse marginalizada, fosse excluída. A eleição, no dia de hoje, da Verª Margarete Moraes para a Presidência, do Ver. João Carlos Nedel para a 1ª Secretaria e a manutenção da pluralidade da Mesa é exatamente para fazer justiça ao caráter plural desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nobre Vereador, seu tempo está esgotado.

 

O SR. RAUL CARRION: Queríamos dizer que temos a certeza de que esta Mesa, sob a Presidência da Verª Margarete Moraes, terá a capacidade de conduzir a nossa Casa com isenção, com diálogo e com harmonização. Concluo dizendo que, também, como Presidente da CUTHAB - Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação desta Casa -, já apresentamos a nossa renúncia à Mesa, para cumprir o acordo administrativo que assumimos e permitir a renovação dessa Comissão. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença do Sr. Davi Stival, Presidente do Diretório Estadual do PT; do Sr. Waldir Bohn Gass, Presidente do Diretório Municipal do PT; do Sr. Igor Lencina, Presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Porto Alegre - Umespa.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente, Ver. João Antonio Dib, quero cumprimentá-lo. Vossa Excelência presidiu a Casa, V. Exª é um Vereador experimentado, foi Prefeito desta Cidade; temos muitas divergências, muitas, mas V. Exª presidiu a Casa dentro da sua ótica, que não é a nossa, mas quero cumprimentá-lo e espero que V. Exª volte a ser aquele aguerrido companheiro da luta do dia-a-dia do Plenário.

Quero saudar as duas candidaturas. Saudar a Verª Clênia Maranhão, que, de forma muito legítima, Ver. Isaac Ainhorn, coloca, não a sua candidatura, mas uma proposta política. E quero também saudar a Verª Margarete Moraes, que, de forma legítima, coloca uma proposta para gestar a Casa.

E é isto, Ver. Wilton Araújo, que eu quero, neste curto espaço de tempo, colocar: quando o povo, em 2000, delegou-nos o mandato, não foi para ser contra a Cidade, mas para ser a favor daquilo que a gente acredita. E quando o povo deu, de forma legítima, à Frente Popular, especialmente ao Partido dos Trabalhadores, o seu quarto mandato e concedeu a 22 Vereadores desta Casa que deveriam ser de oposição, ela também mandou um recado com muita clareza, de forma meridiana, dizendo: “Olha, nós queremos que os senhores sejam fiscalizadores”, porque não há democracia que se sustente, se você não houver um contraditório aguçado. E é disso que nós estamos falando.

Então, para nós, Verª Margarete Moraes, a questão da Presidência ser de V. Exª ou da Verª Clênia Maranhão, que são duas extraordinárias Vereadoras e que preenchem os requisitos de qualificação pessoal e política... Mas por que vou apoiar a Verª Clênia Maranhão? Porque não estou contente com os rumos que o País está tomando. Este País, este ano, está crescendo 0,3%. Este País, este ano, tem o maior índice de desemprego que se viu nas últimas décadas. O Brasil chegou ao final do ano de 2003 pagando 153 bilhões da dívida externa, com o sacrifício do povo brasileiro. E eu quero mudança lá e aqui. Se eu quero mudança lá e aqui, eu respeito a pessoalidade, e, se V. Exª for eleita, terá da nossa Bancada, minha e do Ver. Haroldo de Souza, a boa luta e a boa caminhada, mas a nossa posição é política. Nós queremos mudança nesta Cidade. Chega de continuísmo! Nós achamos que é hora de mudança. E, se é hora de mudança, e eu tenho uma eleição da Mesa, ela sinaliza assim, Ver. Reginaldo Pujol. Quero dizer que, com todo o respeito, estaremos em campos opostos.

Mas eu acho que ainda é tempo de os Vereadores do campo da oposição... A eleição ainda não foi aberta, Ver. Nereu D'Avila, o painel não foi aberto, ainda é momento de reflexão, e dois minutos e alguns segundos, na política, é muito tempo. Portanto é hora de reflexão.

Eu acho, Ver. João Antonio Dib - V. Exª sabe que eu tenho por V. Exª um carinho especialíssimo -, que V. Exª sempre foi um bom aliado do PT, não só neste ano, sempre foi bom. Mas isso é uma característica de quem foi Prefeito, de quem tem uma visão... Vossa Excelência sempre foi um bom parceiro. Portanto, V. Exª não está correto quando diz que foi parceiro só este ano. Sempre foi um bom parceiro, mas nós respeitamos a sua posição.

Eu queria dizer, Verª Margarete - parece que se encaminha a eleição de V. Exª -, que o que nós queremos é fortalecer este Poder. Nós queremos respeitar todas as instâncias desta Cidade, mas este Poder Legislativo precisa ser resgatado. Nós precisamos mudar essa prática. Às Comissões da Casa não basta se reunirem nas terças-feiras, têm de trabalhar mais com a população. Nós temos de ter grandes temas que venham para esta Casa. É possível fazer uma gestão participativa, sim, Vereadora.

Quero dizer que nós vamos continuar insistindo com essas teses, porque achamos que, sem que ninguém perca poder... O Orçamento Participativo tem o seu papel, achamos que os Conselhos da Cidade têm o seu papel e achamos que o Executivo tem o seu papel. Mas o Legislativo precisa qualificar e precisa melhorar as relações com a sociedade porto-alegrense.

Portanto, vamos à eleição! Com certeza, na democracia, quando não há acordo, vale o voto. Vale a maioria, e nós vamos respeitá-la como sempre foi a tradição desta Casa.

Cumprimentos, Ver. Dib, e cumprimentos à futura Mesa Diretora. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Partido Trabalhista Brasileiro está no seu lugar. Ele não tirou o lugar de ninguém. O Partido Trabalhista Brasileiro fez, em 2000, 130 mil votos, ou seja, a segunda maior votação da Capital. Portanto, ele está no seu lugar, Ver. João Dib, e ofereceu a V. Exª os melhores quadros do nosso Partido, que honraram a bandeira do trabalhismo nesta Casa.

Mas quando eu vi aqui o Ver. Wilton, que foi Presidente desta Casa, em outro Partido; quando eu vi o Ver. Isaac Ainhorn, também ex-Presidente desta Casa... Mas oposição, Ver. Sebastião Melo, é quando se tem de votar a favor do povo nesta Casa. E V. Exª não votou! Votou contra o povo de Porto Alegre quando taxou a iluminação pública. Naquele momento, em que V. Exª tinha que ser oposição, V. Exª não foi. Essa é a oposição de Porto Alegre!

Portanto, o Partido Trabalhista Brasileiro, Ver. João Antonio Dib, sente-se honrado em votar em Vossa Excelência. E digo novamente: se V. Exª fosse novamente candidato, como foi na outra oportunidade, eu, Ver. Cassiá, votaria de novo em V. Exª, pela sua honradez, pela sua capacidade, pela sua experiência. E eu tive muito ensinamento nesta Casa.

Eu quero dizer ao Ver. Wilton Araújo que o PTB não está lá, não está cá; ele está no lugar de sempre. Agora, V. Exª trocou de Partido: foi eleito pelo PMDB e está no PPS. A do PTB é a maior coerência de oposição, da Capital, para o eleitor.

Nós temos de falar a verdade, não enganar a população de Porto Alegre sobre quem é, verdadeiramente, oposição nesta Casa: no dia em que se tinha de votar contra a Taxa de Iluminação Pública, 23 Vereadores votaram contra a população de Porto Alegre!

Verª Clênia Maranhão, agora a escolha recai sobre duas mulheres. Quero dizer-lhe que V. Exª é merecedora, também, deste cargo, mas, neste momento, com a minha franqueza de sempre, fiz a escolha por um Partido concretizado pelas eleições de 2000, coisa que o PPS não é. A eleição de 2000 é que vale; nós estamos ainda sob a égide daquela eleição; portanto, os Partidos, na sua proporcionalidade, estão constituídos desde aquele mandato que foi conferido pelo povo de Porto Alegre na eleição de 2000. O PPS não está credenciado ainda, entendo eu, a não ser quando consolidar, nesta Casa, a votação pelo PPS.

É muito fácil falar em oposição, quando muitos, naquela noite memorável, da votação da Taxa de Iluminação Pública, se esconderam para não votar, não tiveram a honradez de ser oposição. E é aí que a população de Porto Alegre sabe quem é a verdadeira oposição. Seremos, sim, o PTB será oposição firme, mas ficará no seu lugar, que é de direito, pelos 130 mil votos da eleição de 2000.

Verª Margarete, V. Exª terá deste Vereador a mesma oposição dura, severa, fiscalizante; mas V. Exª tem direito, porque o seu Partido realmente vem das eleições de 2000.

Um abraço a todos, e que tenhamos um grande mandato com a ajuda de todos os Vereadores. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença do Sr. Jackson Raimundo, Presidente da UBES, e também da Srª Isaura Maria Silva, representante da Rede de Mulheres do Rádio e do Grupo Ilê Mulher.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Partido Progressista, com muito orgulho, pela primeira vez na história deste Parlamento, assumiu a Presidência deste Poder Legislativo, por meio, sem dúvida, da figura mais extraordinária deste Poder Legislativo, o Ver. João Antonio Dib. (Palmas.)

O povo exigia que o Partido Progressista ao menos uma vez presidisse esta Casa, e o fez por meio da uma administração célere, séria, profundamente ética de João Antonio Dib - a pessoa mais experiente deste Poder Legislativo. Como ficar sem presidir esta Casa sem o Partido Progressista e sem João Antonio Dib? E nós não conseguimos, lamentavelmente, presidir esta Casa em acordo com as Oposições, das quais nós fazemos parte. Não tivemos outra saída! Assim como todos os Partidos de oposição presidiram esta Casa em acordo com o Partido da situação, inclusive em 2000, no outro ano eleitoral. Isso tem de ser destacado.

O nosso querido amigo, hoje, Deputado, então Vereador Záchia, assumiu a Presidência de forma espetacular por meio de um acordo também com o Partido da situação.

Ver. Isaac Ainhorn, o seu Partido presidiu esta Casa, na legislatura passada, com acordo do Partido da situação, e o Partido da situação presidiu esta Casa em ano eleitoral, já destacado pelo Ver. João Antonio Dib.

Mas o nosso acordo é meramente administrativo, e o Partido Progressista tem sido um dos Partidos mais Oposicionistas desta Casa, nesta Cidade; da sua maneira, seja nesta tribuna, seja nas Comissões Técnicas Permanentes, seja nas diversas Audiências Públicas ou em reuniões Cidade afora. O Partido Progressista sempre está lá, fazendo a oposição, porque, numa democracia, tão importante quanto o Governo, é a oposição. E o Partido Progressista tem, sim, cumprido com a sua tarefa eleitoral e de oposição, que é fazer oposição, Prefeito João Verle, oposição respeitosa, mas necessária para a Cidade de Porto Alegre. Sim, esse acordo é meramente administrativo.

E temos aqui também a disputa entre duas extraordinárias mulheres: a Verª Clênia Maranhão e a Verª Margarete Moraes. Duas Vereadoras que orgulham o Poder Legislativo, que mostram a força feminina da democracia porto-alegrense. Estaremos com a Verª Margarete Moraes. Mas a sua candidatura, Verª Clênia Maranhão, é legítima, é forte e prestigia este Parlamento.

Nós cumpriremos o acordo, porque assumimos a Presidência em acordo com o Partido dos Trabalhadores, com o PTB, o PSB e o PCdoB; cumpriremos esse acordo porque presidimos dessa maneira, cumpriremos o acordo administrativo, sim.

Para finalizar, o Partido Progressista sai da Presidência, por intermédio do Ver. João Antonio Dib, tranqüilo pela extraordinária administração que fez. Estaremos agora à frente de mais uma eleição. Todos nós fomos eleitos para estarmos aqui e submeteremo-nos a uma eleição também. Viva o Poder Legislativo, viva os porto-alegrenses, viva Porto Alegre! Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presenças do Sr. Joel Eich, Superintendente do INSS; do Sr. Clovis Ilgenfritz, ex-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; do Sr. Paulo Ferreira, representante do Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores; do Sr. João Motta, Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, ex-Presidente da Casa; do Historiador e Professor Riopardense de Macedo.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós havíamos recebido, no início da tarde, uma proposta organizada pela Diretoria Legislativa que previa a realização de duas Sessões Extraordinárias na tarde de hoje. A primeira delas era destinada a acolher as renúncias que se anunciavam e que acabaram se cristalizando ao longo desta Sessão Extraordinária. É verdade que se cogitava que fosse uma Sessão simples, objetiva, curta e conclusiva. Não sei por que essa cogitação inicial foi abandonada, e nós vemos que todas as Bancadas comparecem à tribuna colocando as suas posições, e seria omissivo de nossa parte não nos manifestarmos nesta ocasião.

Em verdade, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nós estamos oficialmente inaugurando o último período legislativo da presente legislatura. Hoje, ao realizarmos essas duas Sessões, estamos concluindo um período que se iniciou no ano de 2000 e que teve a registrar uma série de quebras de paradigmas que certamente farão desta uma Legislatura lembrada ao curso da história do exame deste Parlamento bicentenário, que tem sido, por todo tempo, o apanágio e o orgulho daqueles que acreditam na relevância do Parlamento no processo democrático. Em verdade, esta Legislatura se iniciou com a eleição do hoje Deputado Fernando Záchia para a Presidência da Casa, numa demonstração de que, desde antes da sua instalação, já se pensava na forma de condução do processo diretivo desta Casa, ao longo dos quatro anos em que a Legislatura iria se desenvolver. Tive muito orgulho em ter sido Vice-Presidente do Ver. Fernando Záchia, cuja presença na tarde de hoje nos dá a satisfação e a oportunidade de homenageá-lo, pois foi responsável por um período muito fértil na vida deste Parlamento.

Mas hoje, Sr. Presidente, eu observo que, ao lado de algumas tentativas de estereotipar a ação daqueles homens e mulheres que para cá vieram conduzidos pelo voto, ao lado da tentativa de se dar parâmetros de como se registrar os nossos mandatos legislativos, dizendo, inclusive, como se fazer oposição nesta Casa... Eu, que represento o Partido da Frente Liberal, que me opus à construção deste Governo que se instalou, do Governo que originalmente foi do Prefeito Tarso Genro e que, hoje, é legitimamente ocupado pelo Prefeito João Verle, quero dizer que reconheço, na posição de cada um e na posição de todos, a legitimidade de seus enfoques a respeito da coisa pública e da sua condução como Parlamentares. Eu sou um homem de oposição.

Aliás, há poucos momentos, eu me desfiz de um compromisso, o compromisso de que, enquanto perdurasse a Presidência da Casa nas mãos do Ver. João Antonio Dib, eu seria, o máximo possível, o seu melhor colaborador, visto que fui derrotado por ele, há um ano, quando da escolha da direção da Casa. Procurei agir assim, como irei procurar agir assim com a nova situação que, a partir desta tarde, se cria na Casa. É evidente que eu irei votar na Verª Clênia Maranhão para a Presidência do Legislativo de Porto Alegre, mas saberei, com a mesma tranqüilidade que soube aceitar a minha derrota há um ano, com o maior respeito, com a maior tranqüilidade, somar-me aos esforços que, certamente, haverá de fazer a Verª Margarete Moraes, se eleita for, para dizer, alto e bom som, pelo Parlamento da Cidade, pela relevância que tem no processo político-democrático, na existência de casas de representação popular como esta, eu haverei de sobrepor qualquer tipo de mágoa, mesmo porque o meu coração não tem lugar para mágoas. Eu acredito que o período do mau humor pode ser superado, pode haver uma predisposição generalizada no sentido de se construir uma convivência democrática nesta Casa, onde cada um a seu modo - eu na expectativa da eleição da Verª Clênia Maranhão, os senhores que compõem este acordo político-administrativo, na expectativa da eleição da Verª Margarete Moraes -, mas todos estamos sabendo que o nosso ato de hoje, a nossa posição de hoje, a nossa eleição de hoje, não é uma posição singela, não; é uma posição importante, eis que começamos mais uma vez a fazer história. Eis que, com a quebra dos vários paradigmas, nós estaremos, de qualquer forma, assegurando que, pela primeira vez, uma mulher assuma a Presidência desta Casa, e por conseqüência a Vice-Prefeitura da Cidade, e por conseqüência ainda a própria Prefeitura de Porto Alegre. Por isso, ao quebrar esses paradigmas, eu quero dizer a todos, com o respeito que todos me merecem, que não preciso receber lições de como fazer oposição, sempre soube fazê-la com seriedade, sempre soube fazê-la com dignidade, com coerência, e, sobretudo, de forma clara, não escondendo as minhas posições como agora eu não o faço. Sou eleitor da Verª Clênia Maranhão.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença da Srª Venina Freitas, representando o Diretório Municipal do PCdoB, e do Dr. Rogério Favreto, Procurador-Geral do Município.

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Elói Guimarães; prezado Prefeito João Verle, demais membros da Mesa, Vereadores, Deputados. E uma saudação especial ao Deputado Fernando Záchia, que foi Presidente da Casa, quando tive a oportunidade de ser o primeiro Vice-Presidente; Secretários Municipais, autoridades já nominadas, senhoras e senhores. Primeiramente, em nome do nosso Partido - Partido Socialista Brasileiro - desejamos a todos um feliz ano novo, que 2004 seja repleto de êxito e realizações. Desejamos que o nosso País diminua da taxa de desemprego, diminua a taxa SELIC, que tenha um crescimento no PIB, que tenha mais desenvolvimento e crescimento econômico.

Hoje, como já foi dito por alguns Vereadores, Líderes de seus Partidos, esta Casa demonstra, mais uma vez, uma verdadeira festa da democracia, contemplando aqui todos os Partidos políticos.

E foi em cima desse espírito que, no ano passado, o PSB, juntamente com os demais Partidos da Frente Popular, composto pelo PT e o PCdoB, fez um grande acordo político, juntamente com o PTB, o PP, o PL e o PSL. E, quando falamos nesse acordo político-administrativo, queremos dizer que nunca foi e não será um acordo ideológico. Em cima disso que sempre estiveram as posições dos diversos Partidos nesta Casa. Isso é muito importante. E nós tivemos como norte a eleição do Ver. João Antonio Dib, Vereador que está no seu oitavo mandato e nunca tinha sido Presidente desta Casa. Com isso, também respeitando a vontade do povo, a democracia, que sempre viu no Ver. João Antonio Dib um grande Parlamentar. Nesse sentido, Ver. Dib, mais uma vez, agora que deixa a Presidência, congratularmo-nos com Vossa Excelência.

Esta festa da democracia, a festa da pluralidade, volto a dizer, é uma festa não-ideológica no aspecto do acordo político-administrativo. Quero ressaltar, mais uma vez, a independência que cada Partido sempre teve de marcar as suas diversas posições. Isso foi colocado, mais uma vez, aqui, pelo Ver. Cassiá Carpes, nesta tarde. O grande fato inédito, ímpar, que já foi dito por alguns Vereadores, isso já está consagrado, é a candidatura de duas mulheres à Presidência desta Casa. Isso nunca ocorreu. Então, 2004 é o ano da mulher aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, e, em cima disso, o nosso Partido - o Partido Socialista Brasileiro -, acompanhando os demais Partidos que fizeram o acordo de 2003 e que o manterão em 2004, queremos a Verª Margarete Moraes para Presidenta. Respeitamos a Verª Clênia Maranhão, conhecemos o seu trabalho, a sua honradez, o seu espírito sempre combativo, mas voltamos a dizer que o acordo que nós efetuamos, mais uma vez, hoje, será cumprido.

Desejamos a todos e a todas um feliz ano novo, que a partir de agora, quando da sucessão, que a Verª Margarete Moraes possa assumir a plenitude da Presidência desta Casa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença do Sr. Ramaiz de Castro, Presidente do DCE da UFRGS; do Presidente Maurício Santos, da Escola de Samba Imperatriz Dona Leopoldina; do Sr. Hélio Garcia, da Escola de Samba  Estado Maior da Restinga; do Rei Momo, Otávio Frota Junior, bem como da corte do carnaval; da Srª Clara Denise e Srª Karina Picoli, que representam a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres do gabinete da Ministra Emília Fernandes.

Não há mais inscritos. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h25min.)

 

* * * * *